Perdimos un amigo.
Esta es la peor noticia que he dado en este blog desde que lo comencé.
Me acaba de llegar, por mediación de la web que me recomendó el mismo José, la noticia de su fallecimiento. Quiero reproducir aquí las palabras que su colega José d'Encarnação nos ha hecho llegar a todos los suscritos a Archport, a modo de homenaje a José, nuestro compañero del IV Curso de Postgrado en SIG, 2009.
Descanse en paz.
Foi ontem (domingo, dia 4) a sepultar Mestre José Diogo Henriques Sêco Ribeiro, assessor (desde 2002 e, antes, técnico superior desde 1993), no Museu Monográfico de Conimbriga.
Natural de Leiria (29-11-1958), sofrera, no passado dia 24, um AVC, de que não logrou recuperar.
Que descanse em paz!
Desapareceu, com José Diogo, uma personalidade nem sempre fácil no trato, é certo, dada a sua verticalidade, a sua ânsia de justiça, o seu empenho em tudo fazer pelo melhor; mas um amigo do seu amigo e um trabalhador incansável.
Tive ocasião de privar mais de perto com ele quando, no ano lectivo de 2002-2003, frequentou assiduamente a parte lectiva do Mestrado em Museologia e Património Cultural, na Universidade de Coimbra, que terminou com a notável classificação de 18 valores. O seu referido empenho levou-o a ser dos primeiros a concluir, em 2005, com a mais elevada classificação, a dissertação de mestrado, intitulada Subsídios para o Estudo do Património Artístico de Coimbra – A Colecção de Frascos de Rapé de Manuel Teixeira Gomes, um estudo singular a merecer publicação integral.
Foi, aliás, um dos estudiosos de Museologia que muito se interessou pelos espólios orientais presentes em museus portugueses, tendo-lhe sido concedidas, para esse estudo, bolsas pela Fundação Oriente, como investigador, de 1992 a 1994 e de 1999 a 2001; obteve, aliás, também na sequência desse interesse, o título de Mestre em Estudos Chineses, pelo Centro de Estudos Asiáticos da Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro, em 02-05-2002.
De anotar, nesse domínio, as suas seguintes publicações:
«A colecção de Arte Chinesa do Poeta Camilo Pessanha», Macau, III série, nº 2, Julho de 2000.
«O tabaco na China e os frascos de rapé», Macau, III série, nº 4, Novembro de 2000.
«A colecção de Frascos de Rapé de Manuel Teixeira Gomes», Estudos sobre a China IV, Vol. I, ISCSP, Lisboa, 2002.
«Colecção de Arte Chinesa do Poeta Camilo Pessanha”, Arquivo Coimbrão, Vol. XXXV, 2002, p. 115-281.
«Trajes de dragão e trajes de corte nas colecções orientais do Museu Nacional de Machado de Castro», Estudos sobre a China V, Vol. I, ISCSP, Lisboa, 2003.
«Trajes de dragão e trajes de corte nas colecções orientais do Museu Nacional de Machado de Castro – Das origens à queda do Império», Arquivo Coimbrão, Vol. XXXVI, 2003, p. 419-440.
«O traje na China moderna: reflexo de uma sociedade em mudança», Estudos Sobre a China VI, Vol. II, ISCSP, Lisboa, 2004.
«Subsídios para o Estudo do Património Artístico de Coimbra – A Colecção de Frascos de Rapé de Manuel Teixeira Gomes», Munda n.ºs 45-46, Novembro 2003.
«Notícia da colecção reunida pelo Dr. Nascimento Leitão em Macau», Estudos sobre a China VII, ISCSP, Lisboa, 2004.
«O Núcleo de Arte Asiática de Abel de Lacerda», Estudos sobre a China VIII, ISCSP, Lisboa 2005 (no prelo)
No âmbito da actividade em Conimbriga, deve-se-lhe a colaboração na preparação de: Conimbriga, Guia das Ruínas, Edições Asa, 2003; e do CD-ROM Mosaicos de Conimbriga, 2004.
Do seu currículo académico e profissional, registe-se ainda que se licenciou em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com informação final de Bom, em Julho de 1982; foi professor do Ensino Secundário de 1983 a 1989 e, antes de ir para Conimbriga, foi técnico superior do Museu Machado de Castro de 1989 a 1993.
Candidatou-se, em 2006, ao cargo de direcção intermédia de 1º grau – Museu da Terra de Miranda, no Âmbito do Instituto Português de Museus, em que foi classificado em 2º lugar. Ainda recordo, porém, o entusiasmo com que falou da hipótese de trabalhar nessa zona de Trás-os-Montes, disposto a deslocar-se para lá «com armas e bagagens» e muita vontade de dinamizar, em torno do museu, o ambiente cultural da cidade.
Sob orientação da Profª Doutora Regina Anacleto, preparava, agora, o doutoramento em História de Arte, com a dissertação intitulada Coleccionar em Portugal nos inícios do séc. XX: Camilo Pessanha e Manuel Teixeira Gomes.
Constitui, certo, um lugar-comum, mas há que não hesitar em afirmá-lo: com o desaparecimento de José Diogo Seco Ribeiro, a Museologia portuguesa ficou mais pobre!
José d'Encarnação
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